segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O meu Natal, minha epifania.



Hoje é dia 26 de Dezembro, e depois da "agitação" do dia 25, resolvi escrever um pouco sobre minhas pesquisas acerca do que é Natal.
Todos sabem que sou Cristã, e como tal, o Natal pra mim foi instituído para comemorarmos o nascimento de Jesus. Mas Jesus não nasceu dia 25 de dezembro, então por que escolheram esta data? É sobre isso que pretendo escrever aqui.
Pra começar, é preciso ter em mente que Jesus é uma promessa de Deus, no livro de Isaías podemos encontrar várias citações sobre o messias, como será sua vinda, seu nascimento etc. (Vide Isaías 9:6). Então, desde aquela época que muitas pessoas lêem histórias sobre a vinda de um salvador, aquele que irá trazer paz, bonança e fará milagres. Assim, podemos encontrar na história vários mitos de deuses que supostamente nasceram na mesma condição que Jesus; como por exemplo: Hórus, Mitra, Attis, Dyonisus, Krishna entre outros.
Antigamente, bem antigamente, alguns povos que sofriam com o frio, como os Celtas, Romanos e outros, costumavam celebrar o solstício de inverno como uma despedida do verão. O solstício marca o início do inverno e esses povos passavam por certas privações devido ao frio extremo, outros adoravam o deus da agricultura (saturno) em agradecimento pelo descanso que eles teriam no inverno, numa tentativa de obter sobrevivência através da misericórdia de um deus que os sustentassem nesse período. Daí começou a surgir uma espécie de adoração ao Sol, pois durante o inverno eles buscavam o calor que não atingia a Terra. Esse solstício, no hemisfério norte (da onde esses povos eram originados) ocorria em geral no final de Dezembro, (mas é claro que isso é uma aproximação, pois naquela época havia muita confusão com calendário).
Então, alguns líderes desses povos, como o Imperador Aureliano, proclamaram o dia 25 de Dezembro como um dia de veneração ao Rei Sol, que pode ser conhecido também como Yule.
O Yule era comemorado com o festival das luzes, em adoração a uma deusa mãe que deu à luz ao um rei Sol, trazendo luz e vida aos povos. Essa comemoração rendeu anos. Era uma festa totalmente pagã, onde as pessoas enfeitavam as ruas, as casas, serviam banquetes, montavam a tal árvore e trocavam presentes (Qualquer semelhança não é mera coincidência).
Isso perdurou séculos, até que, com a ascensão da igreja católica, foi necessário encontrar uma data para se comemorar o nascimento de Jesus. Esse é mais um ponto da complicada liturgia católica. Então, como essa data, já era conhecida e de fácil assimilação; depois de muita ponderar, foi decretado pelo Papa Júlio I o dia 25 de Dezembro como data oficial para comemoração do Natal.
Muito foi absorvido dos pagãos para o meio Cristão, como a árvore de Natal (material utilizado em adoração aos espíritos da natureza), a troca de presentes e a estrela no topo da árvore, que nada mais era do que o pentagrama (símbolo adotado por satanistas atualmente).
Todo esse mix de culturas hoje faz que não tenhamos um discernimento do que é Natal. Papai Noel, por exemplo, nada mais é do que uma forma mais moderna e ingênua do deus Yule. Não é a toa que o Papai Noel "mora" no pólo norte, ou seja, vem do frio trazendo alegria. A árvore de natal, a guirlanda e etc, tudo isso tem uma simbologia que muito foge do evangelho de Jesus. E pra completar o quadro, temos a apelação capitalista de comprarmos presentes e mais presentes para distribuirmos nessa época.
Alguns estudos mostram que Jesus nasceu no período que comprime a Festa das Cabanas e o Hanukkah ( festa judaica das luzes), concluindo-se como sendo por volta do mês de Outubro.
Ao contrário de todos aqueles outros deuses citados acima, Jesus é o único que possui comprovações históricas e testemunha oculares de sua vida, bem como suas epifanias. Portanto Jesus nasceu sim, agora, aceitá-lo como messias ou não é outra história.
Então, a dúvida, celebrar o Natal ou não?
A minha escolha foi acreditar que Ele foi o cumprimento da promessa divina, eu sigo crendo que Jesus é o messias, Deus encarnado, que hoje reina ao lado do Pai, sendo o próprio Deus em sua trindade.
Independente de datas, eu tomei o Natal pra mim e opto em comemorar essa data. Eu penso que, a despeito de todo peso histórico que o dia 25 de dezembro possa ter, ele é mais um dia como qualquer outro, e posso fazer o que mais me interessar com ele, o que importa é o que está em meu coração.
Eu escolho o Natal para repensar minhas atitudes, para agradecer a Deus pela salvação a mim concedida, para estreitar laços.
Creio que de tudo podemos tirar proveito, e o mal só pode ser destruído com o bem. Se minha intenção em dar presente para alguém é demonstrar meu carinho, não importa se antigamente isso era próprio dos pagãos. Aproveitar a data para evangelizar e para adorar é válido sim. Apesar de eu não concordar com que a Igreja Católica fez, como vou mudar toda uma cultura inserida a anos na mente das pessoas? Me resta então, extrair o melhor dela, transformando o mal em bem.
Penso que nós fazemos nosso Natal, nosso coração indica o caminho para lidarmos com tanta confusão cultural-histórica.
Claro que é bom sabermos o que é de Deus e o que não é. Se por exemplo eu sei que o pentagrama é utilizado por satanista, então pra que vou usar?
Mas, o meu natal não tem simbolismo, nem hipocrisias, nem papai noel. Tem sim, uma alegria incondicional de que existe um dia em especial quando eu posso comemorar o aniversário do meu mestre.
O meu natal é minha epifania!